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Rui Palmeira avalia dificuldades do PSDB para emplacar nome de Tavares

Um dos nomes fortes do PSDB local, o prefeito Rui Palmeira – que chegou a ser cogitado pela Executiva nacional do partido como possibilidade para o pleito de 2014 – fez sua avaliação sobre a opção da sigla pelo nome do ex-procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares.

De acordo com Rui Palmeira, o PSDB terá um desafio pela frente: tornar Tavares conhecido e, diante das poucas opções de coligação, lutar para manter a agremiação forte em Alagoas, principalmente na Casa de Tavares Bastos. O PSDB possui algumas prefeituras no Estado, é o partido que comada o governo, a capital alagoana e a Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas.

Entretanto, as eleições de 2014 - caso o partido se mantenha apenas com a opção de coligação com o Democratas – pode reduzir a bancada estadual na Casa de Tavares Bastos e dificultar o projeto para eleger o ex-secretário municipal de Esportes, Pedro Vilela, para a Câmara de Deputados.

Rui Palmeira é o primeiro tucano a reconhecer publicamente estes desafios. Falou sobre o assunto em uma longa entrevista concedida a este blog. Nesta primeira etapa, publicarei o que foi discutido em relação às eleições. Em uma segunda postagem abordarei os assuntos referentes a gestão municipal.

Questionei ao prefeito qual a avaliação que ele fazia da decisão do partido em apresentar o nome de Eduardo Tavares. A resposta: “foi uma surpresa para todo mundo. Inclusive para mim. Eu fiquei sabendo na véspera da apresentação oficial. Existem dificuldades em relação às coligações. O PSDB lança o Eduardo Tavares, mas os demais partidos da base possuem candidato. Diante disto, a grande dificuldade do PSDB é a viabilidade de uma estrutura partidária, porque o Eduardo Tavares é um candidato ainda desconhecido. Nós conhecemos, mas no povão, a grande maioria ainda desconhece”.

Rui Palmeira ainda complementa: “é um candidato que precisa de um mínimo de estrutura partidária, sobretudo pensando em se fazer conhecido. O PSDB precisa ter pelo menos 5 ou 6 minutos de televisão, durante a campanha, para conseguir isto. Para conseguir mostrar quem é o Eduardo, as virtudes e o trabalho que ele fez no Ministério Público. Eu enxergo esta como a grande dificuldade”.

Indaguei ainda se – como base na avaliação que ele mesmo faz – se seria mais viável o PSDB abrir mão da candidatura e apoiar um dos aliados, como o senador Benedito de Lira (PP), por exemplo. “Do ponto de vista eleitoral, seria mais viável sim. Eu tenho falado isto desde janeiro. Eleitoralmente é o candidato mais forte e com uma base mais estruturada. É quem parece melhor posicionado. Seria mais simples a construção, mas obviamente o PSDB optou pelo Eduardo. É um excelente nome, mas há dificuldades na construção da imagem do Eduardo para que chegue a maioria da população”.

Rui Palmeira ainda demonstra uma preocupação com as proporcionais diante das poucas possibilidades de coligações. Um dos parceiros seria o Democratas comandado pelo vice-governador José Thomaz Nonô, que pode inclusive ser o candidato ao Senado Federal pela chapa.

“Há esta dificuldade com a proporcional sem dúvida. Hoje, o PSDB não tem coligação. Você inviabiliza – de cara – a chapa de federal. A estadual consegue porque você tem cinco deputados de mandato. Mas, ainda assim é muito ruim para eles porque vai eleger só dois ou três. Tira dois deputados de mandato da jogada. É mais um grande problema. Nós discutimos isto em uma reunião partidária e eu coloquei a minha posição. O PSDB hoje tem esta dificuldade que não pode ser ignorada”, avalia.

E frisou: “Sozinho não tem como sustentar uma candidatura. Este ponto das proporcionais fragiliza demais e o candidato majoritário precisa de tempo de televisão para se fazer conhecido. Hoje, nós não temos nem uma coisa, nem a outra. Então, é óbvio que este trabalho tem que ser feito e está a cargo do governador”.

Na conversa, perguntei a Rui Palmeira porque – diante das dificuldades do partido – ele não aceitou ser candidato, já que havia até um pedido do senador Aécio Neves (PSDB) neste sentido. “Houve uma consulta do Aécio Neves, não chegou a ser um pedido. Era natural, pois o PSDB ainda não havia apresentado nome, mas há a necessidade da candidatura. Enxergaram no meu nome a candidatura forte. Eu passei para ele que não poderia deixar o município com um ano de mandato. Era inconcebível para mim. Fiquei na prefeitura. Quem sabe em um futuro eu seja candidato, mas agora o foco é a cidade de Maceió”.

Rui Palmeira – ainda que discretamente – tem participado ativamente das discussões sobre a construção das chapas. Esta semana, por exemplo, esteve reunido com o senador Benedito de Lira. Rui Palmeira confirma o encontro e que se falou de política, mas não revela detalhes. “É um momento de muita conversa. Temos que ouvir todas as forças políticas. Conversei também com Marco Fireman. As decisões são em junho. Ainda está confuso o cenário. Acho que mais confuso que as eleições municipais que tiveram oito candidatos”.

Ao ser indagado se era um torcedor da candidatura de Bendito de Lira como “palaciana”, Rui Palmeira frisou: “não. O Benedito de Lira tem sido um grande parceiro. Foi fundamental o apoio dele na minha eleição. O que eu disse a ele é que vamos aguardar. Mas, eu estarei com o meu partido. O Eduardo Tavares é um nome da melhor qualidade. Eu estou com o partido. Não penso em deixar o partido. Não tenho motivos para deixar o PSDB. No Estado e nacionalmente, o partido foi decisivo na vitória da eleição municipal. Estou compromissado e vou fazer campanha para o Aécio Neves. É um candidato viável e acredito que tem chances de ser o futuro presidente do país”.




Por Cada Minuto

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