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Biu quer que PT respeite 'mão dupla', mas entra na 'contramão' de Dilma

Pré-candidato a governador do PP prefere não explicar sua atuação contra reeleição de Dilma: "Entendam como quiser!"

O senador e pré-candidato a governador Benedito de Lira (PP) negou ter rompido a aliança política com a presidente Dilma Rousseff, garantiu que ainda faz parte da base de apoio à gestão petista, mas admitiu que negocia com o PSB para construir em Alagoas um palanque para o o governador pernambucano Eduardo Campos, adversário político da candidata à reeleição pelo Partido dos trabalhadores (PT). Benedito falou tudo isso em uma rápida entrevista concedida no Palácio República dos Palmares, antes da posse do novo secretário da Defesa Social, Diógenes Tenório, na sexta-feira (25).

“Entendam como quiser”, foi o conselho do próprio senador do PP, para quem ficar confuso com seu posicionamento. Para a pergunta sobre sua avaliação do Brasil Mais Seguro, executado em parceria da gestão de Dilma com o governo de Teotonio Vilela Filho (PSDB), Benedito criticou o governo federal e saiu em defesa do governador tucano, sobre quem ainda mantém a esperança de obter um acordo mais vantajoso politicamente.

Mas o senador que se vangloria de ter indicado o ex-superintendente da Caixa em Alagoas, Gilberto Occhi, para comandar o Ministério das Cidades, concentra suas críticas nos destinos políticos do PT em Alagoas, que praticamente definiu apoio à pré-candidatura do deputado federal Renan Filho ao governo. Benedito exige a reciprocidade de anos de sua “fidelidade” a Lula e Dilma. Diz que faz política de mão dupla, mas parece ter entrado numa contramão, em rota de colisão com a petista.

O leitor pode conferir abaixo as respostas de Benedito às perguntas feitas pelo blog e concluir se esta é uma postura de um aliado ou de um adversário da gestão petista:

O senhor busca aliança com o governador Eduardo Campos?

Eu estou conversando com o PSB de Alagoas. E evidente que não podemos fechar a porta para ninguém. Assim como o PT pode se compor com quem quer, qualquer partido político da base do governo também pode.

Então não é um racha com a base da presidente Dilma?

Não! Não! Muito pelo contrário. Esse povo todo que hoje é ‘dilmista’; ‘lulista’... O ‘lulista’ e o ‘dilmista’ sou eu. Porque quando todos votaram contra o presidente Lula, em 1989, o único que votou com Lula na classe política de Alagoas fui eu. Votei no Lula nas cinco eleições, votei com Lula na eleição a Dilma, apoiei a presidenta durante todo o seu governo, meu partido é da base de apoio e, consequentemente, não há, absolutamente, nenhum racha. Muito pelo contrário. Eu tenho que cuidar de fazer uma grande composição política em Alagoas, porque pretendo, se Deus quiser, disputar a eleição de governador do meu Estado.

Mas a formação de um palanque para o Eduardo Campos representa um embate do senhor com a Dilma, não é?

Ah! Como quiserem entender, entendam! Tá certo? Mas, evidente que eu tenho uma expectativa com relação ao PT. Eu sempre apoiei o PT e gostaria que o PT me apoiasse. Se por acaso não houver, aqui não é mão única. Política é mão dupla. Então, só eu que tenho o direito de apoiar [o PT]? Eles não têm o direito de me apoiar? Então, vou aguardar os acontecimentos.

No auditório Aqualtune, o senador Benedito de Lira conversou com um grupo de líderes do PSB, capitaneados pelo deputado federal e também pré-candidato a governador Alexandre Toledo (PSB). Ambos deixaram o auditório juntos, antes da cerimônia de posse começar.

O blog revelou há uma semana o "jogo pesado" de Biu contra a rejeição de seu projeto eleitoral por parte do PT e da base de partidos aliados a Dilma em Alagoas. Os acontecimentos já estão mostrando quem é o quê nestas articulações de chapas majoritárias. "Como quiserem entender, entendam! Tá certo?"



Por Cada Minuto

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