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Silêncio de Renan sobre eleição para Governador inquieta Collor e Lessa

Senador do PMDB só define candidatura em abril de 2014, faltando sete meses para a disputa que vai escolher o sucessor de Teotônio Vilela.

A sucessão de Alagoas anda longe de se definir. O favorito das pesquisas, senador Renan Calheiros (PMDB) é muito cauteloso e sabe muito bem que não deve existir pressa para se formatar uma candidatura a um ano da eleição. Ademais, que tem pressa come cru. É isto que o campeão das intenções de voto e presidente do Senado Federal tem dado a entender sempre que é abordo sobre uma provável candidatura à sucessão de Teotonio Vilela.

Nos bastidores, entende-se muito bem essa inquietação dos ex-governadores Fernando Collor (PTB) e Ronaldo Lessa (PDT). Tanto o senador petebista quanto Lessa não foram bem sucedidos na musculatura dos seus respectivos partidos. Ambos não viabilizaram a sua chapa federal e estadual.

Para o PTB, os analistas políticos avaliam que houve perda. Collor ficou sem um bom candidato para federal. Não por falta de tentativa. Ele empreendeu todo esforço na articulação para trazer ao seu partido o empresário Marcelino Alexandre, que terminou nos braços do seu maior adversário, o tucano Teotônio Vilela. E sonhou com Marx Beltrão, saiu do PMDB e depois retornou,de onde não deveria ter saído. Foi mais além, em busca do cobiçado deputado estadual JHC,que andava no nanico PTN e foi parar no Solidariedade de Paulinho da Força. Para estadual, o PTB perdeu seu puxador de votos, Marcelo Victor, para o Pros do deputado federal Carimbão, que é um aliado de primeira hora do governador Teotônio Vilela.

Restou ao PTB o próprio Collor numa candidatura solo, pelo menos até o momento. Ele só tem duas alternativas: será candidato à reeleição ou mais uma vez disputar o governo do Estado.

E Ronaldo Lessa, que também vem acumulando prejuízo até com a criação do Pros e Solidariedade, perdendo dois terço do programa de televisão e rádio. Sua candidatura é solo, igual à de Collor. Não tem nomes para federal e estadual. Deve se contentar com Jota Cavalcante, Sergio Toledo e Isnaldinho Bulhões, que foi vetado no PT.

É assim delicada a situação de Collor e Lessa. E ainda por cima, no patamar de rejeição enorme perante o eleitorado alagoano. Daí, depreende-se a pressa que ambos tem demonstrado para tentar de todas as maneiras pressionar Renan na decisão de bater o martelo e anunciar sua candidatura no chapão, que há duas eleições não foi bem sucedido na disputa eleitoral.

Além do mais, Lessa ainda sofre da síndrome de Manso. Dos 54 processos na Justiça, só se livrou de quatro. Tinha tudo para ficar livre, mas não quis, quando o desembargador Orlando Manso estendeu a mão, querendo apenas o pagamento de R$ 150 mil por danos morais. Em cima de sua vaidade, Lessa não aceitou pedir perdão a Manso. E agora, fica a mercê da poderosa Justiça.

Renan sabe que nada irá beneficiar sua candidatura ao governo anunciando-a agora. Para ele, o mês de abril – sete meses antes da eleição – é o prazo ideal. Por isso, quando o senador peemedebista deixou de assinar o manifesto elaborado e produzido pelo senador Collor, em resposta ao manifesto do Teo, que o chamou de neófito, deixou o petebista e sua turma em sinal de alerta.

E tem mais: o aliado do PDT e PTB em Alagoas, o Partido do Trabalhador, sempre atuou em eleições nas Alagoas como coadjuvante e vai continuar assim do ano que vem. O PT tenta de todas as formas reeleger Paulão para federal e tem uma boa chapa para estadual. Falta um condutor. Joaquim Brito é fraco e, por isso, em novembro já estará passando o bastão.

De olho em 2014, o PT precipitou novamente fazendo um encontro com o PC do B e o PDT. Na tentativa de criar mais um ambiente para atrair Renan. Mas não teve – e nem terá – sucesso mais uma vez.

É bom lembrar que o PRTB do Cícero Almeida e do bem articulado Adeilson Bezerra, ficou fora desse encontro. No momento, o PRTB é o partido que mais mexeu e conseguiu fortalecer sua chapa federal e estadual.

Outro partido fora de foco é o PT do B da Rosinha da Adefal. Seu presidente, Marcos Toledo, pode até insinuar participando das articulações. Mas o bater do martelo agora é da deputada.

E o PMDB de Renan se armou muito bem para 2014. Dar o luxo de ter três fortíssimos candidatos a federal: Renan Filho que pode chegar a 170 mil votos e os estreiantes: Luciano Barbosa, que vai promover o arrastão de voto no Agreste com reflexos no sertão e no Baixo São Francisco, sem falar na Bacia Leiteira - e o Marx Beltrão.

Para estadual, PMDB deve fazer sete deputados, tem um timaço de concorrentes, disputando a reeleição: Luiz Dantas, Olavo Calheiros e Ricardo Nézinho. A relação de novatos é impressionante com a disputa sendo muito acirrada.

Portanto, muita água ainda vai rolar por debaixo da ponte.

E no banco anda dar o luxo de ter o polivalente médico cardiologista José Wanderley Neto, ex-vice governador no primeiro mandato de Teotônio, que pode ser usado em qualquer disputa eleitoral no ano que vem.

E o senador Renan sabe esperar o momento certo. E ainda é preciso saber que a sucessão de Alagoas passa pelo acordo do Palácio do Planalto. Por seu prestígio e influência como presidente do Senado e articulado nato que tem sido em todos os mandatos exercidos em Brasília – um como deputado federal e três como senador –, Renan é uma figura bastante ouvida por todos. Essa, inclusive, é uma recomendação expressa do ex-presidente Lula.

E não é à toa que Lula pede cautela, já que amargou sua única derrota em dois turnos nas urnas de Alagoas, quando perdeu para o tucano José Serra. E ele não esquece que quem estava do lado do Serra era Teotônio e Renan, a dupla siameses.

Só resta aguardar para sentir para onde vai Renan




Por Blog do Bernardino

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