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Que tipo de relacionamento sobrevive ao fim da paixão?


Escrito pela psicóloga e terapeuta sexual Ana Canosa, o livro “A Metade da Laranja?” (Master Pop) contesta diversos clichês do amor, como a crença de que os pares devem se encaixar perfeitamente em todos os aspectos. “Alma gêmea, nos moldes que se fala por aí... realmente acho que não existe! Para mim, trata-se simplesmente de uma expressão, uma forma de denominar alguém a quem desejamos tão bem quanto a nós mesmos”, reflete na página 14.

Outra questão que ocupa boa parte da obra diz respeito à paixão – e ao fim desse sentimento. Segundo a psicóloga, quem vive esse momento normalmente carrega a certeza de que encontrou no outro o predestinado. “Apaixonados acham coincidências que logo dão a entender que o caso estava escrito nas estrelas”, conta Ana.

"Mas o fato é que os níveis da paixão começam a cair após algum tempo. Alguns relatam dois anos, outros quatro anos. O certo é que há prazo de validade. E quando a paixão acaba, cada um retorna a sua individualidade. Neste momento, olhar para o diferente pode dar raiva, medo e uma sensação de frustração”, ressalta a autora, que completa: “É quando a paixão diminui que as parcerias realmente começam”.

Próximo passo, o amor – ou a frustração? “Há pessoas que não conseguem suportar o fim da paixão, precisam frequentemente dela como combustível para a vida”, afirma Ana. “Não são poucos os viciados em paixão, e quando o fogo vai minando, o viciado se desinteressa pelo par. Alguns teóricos chamam esse estilo de ‘amor mania’, aquele que só acontece no auge do entusiasmo inicial”.

Mas também existem os ‘cuidadores’, aqueles que preferem fazer crescer algo duradouro e se realizam a partir do cultivo do amor, mesmo em detrimento do frio na barriga, em algumas fases.

“O amor é um sentimento que pode aparecer quando você enxerga o outro de verdade. Então percebe que ele não mudará suas características mais peculiares e, mesmo assim, você o deseja, o admira e sente que sua companhia te faz feliz”, analisa.

Em linhas gerais, Ana traça um perfil daqueles que estabelecem parcerias amorosas duradouras e felizes: “Pessoas que gostam de si mesmas e não se deixam abusar por ninguém, que não mendigam afeto e não são narcisistas, cuidam de seus parceiros e gostam de ser cuidadas. Estas todas são características que, inegavelmente, têm a ver com gente capaz de desenvolver verdadeiras parcerias na relação amorosa”.

E com o início do novo ano as expectativas aumentam. Qual o conselho para aqueles que desejam viver um grande amor? “Olhe para os lados e não crie tantas expectativas. Seja mais curioso e se lance por lugares e grupos diferentes. O amor é um sentimento que nascerá em você, por isso cuide e goste muito de si mesmo”, aconselha Ana.

Ana Canosa(Escritora,Psicologa e Terapeuta Sexual)

Por:Trinuna Hoje/Tribelas

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